sábado, 7 de março de 2009

Ignoratio Elenchi: ou a falácia da Conclusão Irrelevante

Em muitos debates, é muito comum usar uma falácia aristotélica conhecida pelo nome de “Conclusão Irrelevante” ou, em latim, Ignoratio Elenchi. Ela consiste em tentar provar sua teoria não discutindo o fato em questão, mas sim em apontar um fato exógeno que não tem nada a ver com o que está sendo discutido. Dizendo algo verdadeiro, mas que não tem nada a ver com o debate em questão, o debatedor espera transferir a “verdade” desse algo para o ponto relevante e assim, ganhar o debate.

Esta falácia é muito usada pelos defensores das cotas raciais na universidade. Discutindo a questão, após eu argumentar que as cotas iriam acabar com a meritocracia e, por isso, iriam reduzir a qualidade da Universidade pública, um defensor das cotas disse que o Vestibular não mede de maneira acurada o conhecimento dos alunos. Ou seja, atualmente não são necessariamente os melhores que entram na Universidade. Logo, ele teria razão em introduzir cotas.

Esse é o típico exemplo da “Conclusão Irrelevante”. Os defensores das cotas afirmam algo que até pode ser válido, talvez existam outros meios, ou outros testes que possam medir, de maneira mais precisa, o conhecimento dos alunos. No entanto, isso não significa que deva existir cotas raciais. Aliás, os defensores dessa política são, por definição, contra qualquer processo de seleção que envolva o mérito.

Imagine que exista um processo de seleção que revele de maneira 100% precisa o nível de conhecimento de cada aluno. Dessa forma, somente os alunos realmente capazes iriam entrar na Universidade. Digamos que, depois do processo ser concluído, constata-se que o percentual de negros e alunos de escolas públicas ainda é muito baixo. Os defensores das cotas iriam se dar por satisfeitos? É óbvio que não. Eles iriam continuar defendendo as cotas raciais e cotas para estudantes de universidades públicas (em sua larga maioria, pessoas pobres).

Portanto, o objetivo das pessoas que advogam o uso de cotas consiste apenas em acabar com o sistema baseado no mérito. Para eles não importa se o aluno tem conhecimentos ou não. O que importa é sua condição social. Se ele é pobre, deve entrar independentemente de seus conhecimentos. O argumento do vestibular não ser uma boa medida do nível de conhecimento é totalmente falacioso. Ele é desse jeito porque parte do pressuposto que os “cotistas” desejam a meritocracia, o que não é verdade. Cotas e mérito são conceitos diametralmente opostos.

O ódio e repúdio ao mérito e competência são características dos movimentos socialistas. Qualquer processo que recompense os mais competentes é visto como algo indesejável, pois existe uma convicção por parte da esquerda de que os “não-recompensados” foram, de alguma forma, “explorados”. O desejo socialista, que pode ser identificado em seu lema “a cada um de acordo com suas necessidades e de cada um suas capacidades”, leva a inevitavel conclusão de que alguns irão trabalhar para outros, ou seja, algumas pessoas irão produzir e não poderão usufruir do que produziram. Em uma sociedade socialista, o governo se encarrega de forçar quem é mais produtivo a trabalhar a toda capacidade e também se encarrega de distribuir o fruto do trabalho de maneira “justa”. No entanto, em uma sociedade livre, quando as pessoas são privadas de receber recompensas por produzir mais e melhor, elas acabam reduzindo seu esforço até o nível em que os custos igualam os benefícios, ou seja, elas se tornam medíocres.

O lema socialista da igualdade, que é defendido implicitamente pelos que querem cotas, se seguido até as últimas conseqüencias, cria uma sociedade onde todos são igualmente ignorantes, pobres e infelizes. Algumas pessoas, eu inclusive, costumam chamar essa situação de Socialismo.

6 comentários:

Fábio Ostermann disse...

Stein, manda um email pro grupo quando postares um texto por aqui!

Abraço

Paulo Eduardo Rodrigues Leite disse...

Sua parcialidade no texto é incrivelmente lamentável, você pegou apenas "argumente falaciosos para defender um posição contrária à sua e superficializou o tema.
Algo que não foge à sua lógica é um dos argumentos mais utilizados pelos que defendem as cotas raciais e a aplicabilidade do conceito de meritocracia que você citou.
Lendo o significado desta palavra na Wikipedia podemos observar que a meritocracia não é uma realidade absoluta mo mundo.
O que por si só já acaba com sei argumento.

gab_figueiro disse...

Só lembrando que Cotas raciais são racistas. Quem defende cotas raciais, que descriminam pela cor, são pessoas racistas.

Paulo Eduardo Rodrigues Leite disse...

Claro, todo movimento negro é racista porque um branco que nunca se aprofundou no assunto e não suporta ter sua vaga remanejada para um negro aprovado diz que é assim (ironia)

gab_figueiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
gab_figueiro disse...

Sim, todo tipo "movimento negro" que apoia que um dos requisitos para que uma pessoa seja "aprovada", seja a cor da sua pele, através de COTAS RACIAIS - no caso aqui cotas para negros -, e não UNICAMENTE por suas habilidades, é um movimento racista. Simples assim.

OBS: Eu não disse que TODO o movimento negro negro é racista, eu nem falei de "movimento negro". (você acabou de fazer a Falácia da conclusão irrelevante ao mudar de assunto trazendo coisas que não tem nada a ver hahahaha que piada)

OBS: Quando o negro é aprovado apenas pelas suas habilidades, isso é otimo, o "branco" não tem razão para se chatear! Quando ele (negro) é "aprovado" com a ajuda de um tipo de privilegio (cotas raciais), isso é racista, aí o branco de razão de se chatear, de não "suportar".

22 de dezembro de 2021 04:51