segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Material dos encontros

Nesta quarta-feira (14/10), o Prof. Dr. Roberto Camps Morais falou aos membros do Círculo de Estudos Roberto Campos sobre contribuições do economista Milton Friedman à Ciência Econômica e sua influência em políticas públicas levadas a cabo naquele país e em outros pelo mundo.

A apresentação do Professor pode ser consultada em pdf aqui.


Também lembramos o convite para nosso próximo encontro, onde o tema do debate será Planejamento Urbano.
Como sempre, será na quarta-feira, na sala 4 da Faculdade de Direito da UFRGS.

Como leitura prévia para este encontro, sugerimos a leitura do blog The Antiplanner.

Compareça!

sábado, 17 de outubro de 2009

"Economia do Indivíduo - O Legado da Escola Austríaca"

O Instituto Ludwig Von Mises Brasil (IMB) acaba de lançar o livro "Economia do Indivíduo - O Legado da Escola Austríaca", de Rodrigo Constantino.

O livro apresenta de forma simples e resumida as idéias dos principais economistas da Escola Austríaca de Economia, de Karl Menger a Walter Block, passando por pelo próprio mestre Ludwig Von Mises, Friedrich Hayek, vencedor do Nobel de economia, libertários como Murray Rothbard e outros.

De acordo com o IMB, "O livro é uma apologia à liberdade e às escolhas individuais. Os temas abordados são bastantes amplos e abrangem tanto a teoria econômica quanto assuntos atuais que afetam a todos, como a atual crise financeira. Em resumo, a obra mostra como as interferências estatais têm causado prejuízos, ciclos econômicos e prejudicado o crescimento real da economia e a poupança individual de cada pessoa."

O lançamento do livro em Porto Alegre se dará no StudioClio (José do Patrocínio, 698), dia 4 de novembro às 19h, com a presença do autor, de acordo com o convite que divulgamos abaixo:


Quem já tiver interesse de comprar o livro, ele está disponível via internet, pelo site do IMB, clicando aqui.

sábado, 10 de outubro de 2009

Mudança no calendário: professor convidado

Atenção para mudança no calendário para o próximo encontro (14/10): o economista e professor da UNISINOS Roberto Camps Morais apresentará o tema "O Pensamento Econômico e Político de Milton Friedman". O trabalho de Milton Friedman já foi de grande discussão dentro do CERC, principalmente sobre o livro Liberdade de Escolher, um bestseller publicado junto com sua esposa, também economista, Rose Friedman. O trabalho de Friedman influenciou uma geração de economistas e políticas públicas baseadas no livre-mercado e na não-intervenção do Estado na economia. Seu trabalho em economia monetário lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia em 1976.

Mesmo horário e local: 11h30min, sala 04, Faculdade de Direito da UFRGS. Compareça!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Projeto Liberdade na Estrada - na UFRGS dia 05/10

A academia brasileira está prestes a testemunhar uma empreitada intelectual inédita no país. De Porto Alegre a Fortaleza, um grupo de jovens intelectuais percorrerá 16 cidades durante três semanas de outubro com um propósito: apresentar aos estudantes brasileiros as idéias fundamentais de liberdade individual que unem pensadores como José Bonifácio e Joaquim Nabuco a Ludwig von Mises e Friedrich Hayek.

O projeto consiste na realização de seminários com cinco conferências versando sobre temas ancorados na idéia de liberdade: sociedade, justiça, economia, política e cultura. O objetivo desta iniciativa é promover o debate entre diferentes correntes filosóficas para que a Universidade, com U maiúsculo, esteja livre das ortodoxias do pensamento e avance com a universalidade do conhecimento.



E a primeira parada do tour se dará em Porto Alegre, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS (Av. João Pessoa, 52, Centro). Dia 05/10, das 8h30min às 12h. Maiores informações em www.liberdadenaestrada.com.


Realização: OrdemLivre.org

Apoio: Instituto Liberdade e Círculo de Estudos Roberto Campos (CERC)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

VII PRÊMIO DONALD STEWART JR.


O VII PRÊMIO DONALD STEWART JR. – 2010 irá selecionar os três melhores ensaios sobre o tema “Populismo, Democracia e Liberdade”.

A realização é uma iniciativa do Instituto Liberal com o apoio da Foundation for Economic Freedom (FEE), do Instituto Millenium e do OrdemLivre.org.

O prêmio é válido para jovens de até 26 (vinte e seis) anos completos, matriculados em Cursos Universitários ou Superiores, com premiação de 3 bolsas de estudo na FEE em Nova Iorque.

O CERC chama grande atenção para o tema, principalmente cenário latino-americano, onde o totalitarismo de Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Corrêa e seus atentados contra a democracia e à liberdade ainda causam euforia a grande parte dos jovens estudantes.

Para maiores informações, clique aqui.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Para que serve o Estado? Encontro do dia 09 de setembro

O CERC, com muita satisfação, recebe novos membros, com novas idéias para oxigenar e arejar os pensamentos do grupo.

Nesta reunião, o expositor foi o Fábio Ostermann.
Tratou-se do tema do "tamanho do Estado" e sua relação com o graude liberdade individual do cidadão e de prosperidade da própria sociedade. Fábio utilizou-se de um gráfico, para didaticamente representar o decréscimo de liberdade à medida que o Estado de torna "maior", mais interventor, mais regulador das atividades econômicas e limitador das escolhas individuais.
O gráfico possui três pontos de análise: Estado máximo (socialismo ou qualquer outra espécie de totalitarismo); Estado Social (social-democracia); Estado Liberal.

A abordagem sobre a impossibilidade do socialismo nos trouxe uns apontamentos iniciais básicos sobre os limites materiais do Estado; ou seja, a latente impossibilidade que tem o Poder Público de regular a economia de modo a satisfazer as necessidades do indivíduo. A consequência de um "Estado Máximo" é o totalitarismo, é o controle econômico ineficaz, que gera - entre outros problemas - a escassez. A limitação ferrenha de liberdade afeta o indivíduo de maneira abrupta, uma vez que a propriedade - entendida em sentido amplo - torna-se coletiva.

A discussão centrou-se mais no Estado-Social, até porque é o estágio atual e, em tese, tende a ser retoricamente utilizado como o ideal, como o modelo estatal garantidor da igualdade e da liberdade. Na prática, vê-se que não é assim e que, como aduziu nosso expositor, esse tipo de Estado é um óbice ao desenvolvimento de países em crescimento, como é o caso do Brasil. Nesse sentido, questionou-se acerca do motivo do Brasil ser a eterna promessa. Os debatedores acrescentaram vários fatores: tempo exacerbado para abrir e fechar negócios; leis trabalhistas muito reguladoras; ineficiência do judiciário; alta carga tributária.

Anthony ponderou acerca do problema cultural gerado em países social-democratas com desenvolvimento social "pleno". O caráter passivo e acomodado dos cidadãos nessas comunidades políticas, nas quais os indivíduos têm relação de dependência com o Estado. Nos países nórdicos, por exemplo, a prosperidade e a liberdade econômica são altos, mas a sociedade está estagnando-se em termos de produção, em razão de um Estado altamente provedor.

Ao fim, grupo debateu bastante as questões abordadas e o questionamento central acaba sendo: num país com tantas garantias constitucionais, como o Brasil, como garantir o principal? Em síntese, como um país em desenvolvimento pode se converter em país desenvolvido se tem - com recursos escassos - que prover as necessidades sociais (e são muitas!) previstas constitucionalmente? O Estado, que a tudo tutela e intervém, acaba não sendo efetivo no que seria sua função primordial: a garantia da segurança, da administração eficaz da justiça e do direito à propriedade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CERC 2009/2

O CERC, Círculo de Estudos Roberto Campos, convida a todos para o
reinício de suas atividades no segundo semestre de 2009, no dia 09/09.

O CERC é um fórum permanente de debates e troca de conhecimento jurídico, político e econômico através de uma abordagem interdisciplinar. O grupo é formado por estudantes de diversos cursos que compartilham uma série de valores, como liberdade individual, propriedade privada, democracia e direitos humanos. O CERC prima pela diversidade, sendo aberto à divergência e ao debate de idéias.

As reuniões ocorrem semanalmente às quartas-feiras, sempre às 11h30min
na Sala 02 da Faculdade de Direito da UFRGS.
Calendário de atividades na barra ao lado direito.

Maiores informações:
fmostermann at gmail.com
anthonyling at gmail.com

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bolsa Instituto Ling

O Instituto Ling está selecionando jovens para participarem do Global Competitiveness Leadership Program, que terá lugar na Universidade de Georgetown, em Washington D.C., de janeiro a abril de 2010. Este programa é destinado a jovens latino americanos e visa desenvolver a liderança e promover a competitividade na América Latina. Os selecionados serão beneficiários de uma bolsa de estudos integral, que cobrirá despesas de transporte aéreo para a capital norte-americana, estadia e matrícula no curso.

Para maiores informações, acesse www.institutoling.org.br.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Encontro 10 de junho


No encontro de hoje tivemos a enorme oportunidade de ter como nosso palestrante Hélio Beltrão, fundador do Instituto Ludwig Von Mises Brasil.

O tema da palestra foi "A Crise do Crédito: Suas Origens e Desdobramentos".

Como origens, Hélio nos explicou como a bolha de crédito foi criada a partir da injeção de dinheiro na economia pelo FED, a garantia de salvamento de bancos que quebrassem e a política das government sponsored enterprises Freddie Mac & Fannie Mae, anulando o risco para empréstimos para habitação, entre outros fatores. Isso criou incentivos para que os bancos concedessem empréstimos mais arriscados e criassem pacotes de hipotecas podres que recebiam rating AAA, dado por empresas de rating que também agiam sob estes incentivos desvirtuados.

A então proposta de aumento da regulamentação dos bancos por uma atitude supostamente "irresponsável e gananciosa" é perigosa, pois não leva em consideração o fato de que o próprio banco central americano foi um dos principais responsáveis pela crise.

Alguns dos principais possíveis desdobramentos previstos pelo Hélio estão a perda de crédito dos títulos do tesouro americano, provocado pela inflação destes para cobrir o déficit público. Quanto ao Brasil, seria um bom momento para aproveitar, como não foi tão afetado pela crise quanto à outros países e os juros, apesar de ainda altos, nunca estiveram tão baixos.

O CERC deixa para download a apresentação em powerpoint apresentada junto com a gravação da palestra, para que quem perdeu possa ter acesso à informação.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Encontro 3 de junho

Presentes: Bruno Becker, Pamela Espinosa, Anthony Ling, Júlio Frota, Bruno Lauda, Eduardo Danelon, Tales Dominot, Joana Zanon, Marcos Iolovitch, Luiza Leão e Pedro Moreira (via Skype), Marcelo

O Júlio nos apresentou hoje o livro, ou o início do livro, "Defending the Undefendable: The pimp, prostitute, scab, slumlord, libeler, moneylender and other scapegoats in the rogue's gallery of American society", do Walter Block.

Na falta de um assunto definido para a apresentação de hoje, o tema não poderia ser mais interessante (e divertido). No livro, o autor sai em defesa de atividades consideradas ilícitas ou imorais, mostrando como elas são resultantes de acordos mútuos entre indivíduos e, na realidade, benéficas para a sociedade como um todo.

No resumo deste evento trataremos de assuntos moralmente ofensivos para alguns leitores, que podem optar por não o ler.

Block parte do princípio de que não é papel do estado interferir na esfera moral do indivíduo. Assim, ele vê a prostituição, por exemplo, como algo benéfico para a sociedade, onde há uma troca mutualmente benéfica entre indivíduos adultos, que não deve ser marginalizada ou criminalizada, pois acarretaria na diminuição do bem-estar geral da população.

O cafetão, por sua vez, não está explorando a prostituta, pois, outra vez, estabelece um contrato benéfico tanto para ele quanto para a prostituta. Tempo para achar clientes é poupado para ambos, e o cafetão estabelece um certo "padrão de qualidade" de suas prostitutas.

A violência que associamos à estas profissões não está instrinsicamente ligada à ela: é a marginalização dela que a torna perigosa. O autor ainda julga a profissão do cafetão como mais honrosa que as demais pelo fato de não se beneficiar de nenhum subsídio ou barreira de entrada imposta pelo governo.

Também tratamos do tema do traficante de drogas e do usuário de drogas. A proibição das drogas gera um custo muito alto para ela. A heroína, droga analisada pelo autor, teria um custo extremamente baixo (comparado com milho e batatas) sem considerar o custo da proibição. A grande utilidade dos traficantes seria de manter este preço baixo.

Block, seguindo seu princípio básico, defende que não devemos seguir a idéia de proibir os indivíduos (usuários) a encolher sua expectativa de vida pelo uso de drogas por livre espontânea vontade, assim como não podemos proibi-los de tomar qualquer tipo de risco à sua vida (como praticar esportes radicais, por exemplos).

O debate seguiu no caminho da manutenção da ordem social contra os valores morais de liberdade individual. Alguns acreditam que o custo social do uso de drogas, por exemplo, é demasiado grande para ser legalizado, por isso deve ser mantida a ordem através de medidas governamentais. Também argumentam que, no caso da heroína, a droga pode tornar a pessoa agressiva e fazê-la agir contra a liberdade de terceiros, como no caso do motorista sob efeito alcólico.

Porém, outros argumentam que o custo social da proibição das drogas, como no caso brasileiro, é muito maior do que se legalizada, usando como exemplo básico a guerra do tráfico e o domínio das favelas por máfias no Rio de Janeiro. Também argumentam, assim como o autor, que cabe ao indivíduo decidir quais os riscos que ele irá tomar, seja isso prejudicial à ele ou não. O pressuposto que deve existir uma ordem superior governamental que controla a vida dos indivíduos, pois eles não são totalmente racionais e não sabem tomar as decisões "corretas" acaba sendo incoerente pelo próprio fato de o governo ser gerido, também, por indivíduos irracionais. Este princípio também abre caminho para regimes autoritários ditatoriais, alguns extremos como a Alemanha nazista, de Hitler, outros nem tanto porém mascarados, como a Bolívia de Evo Morales.

No encontro da semana que vem teremos uma palestra especial do Hélio Beltrão, do Instituto Ludwig Von Mises Brasil. Hélio apresentará uma análise sobre a crise econômica atual do ponto de vista da Escola Austríaca, chamada "A crise do crédito, suas origens e desdobramentos"

Encontro 27 de maio

Presentes: Fábio, Anthony, Rafael, Júlio, Bruno Becker, Luiza, Eduardo Danelon

Em um hiato de seus estudos na Universidade de Georgetown, no Global Competitiveness Leadership Program, Fábio Ostermann nos apresentou hoje o tema "Administração Obama: Fatos e Perspectivas", ressaltando pontos positivos e negativos, em sua opinião, da atuação do atual presidente americano.

São eles:

Pontos Negativos:

- Bailout: pode chegar a U$13 trilhões.
- Intervenção em empresas sem precedentes nos EUA: caso da GM, que já tinha problemas administrativos há muitos anos.
- Plano de obras públicas para sair da crise: medida keynesiana que diminui a eficácia de investimento dos recursos (levando o princípio ao extremo, imagine planejar cavar e tapar buracos para "gerar empregos").
- Ampliação do Welfare State: Programas assistenciais e sistema universal de saúde pública.
- Aumento de impostos e impressão de dinheiro: necessário para sustentar o aumento dos gastos.
- Não-priorização aos Tratados de Livre Comércio: A volta à política do "Buy American" para retomada da economia interna, sendo muito ruim, principalmente, para países latinoamericanos.

Pontos Positivos:
- Relação com Cuba: Direcionamento para fim do embargo e fechamendo da prisão da baía de Guantanamo.
- Drogas: Sendo ele mesmo, abertamente, um ex-usuário de maconha e já tendo experimentado outras drogas consideradas ilícitas, o presidente tende a aumentar a liberdade sobre o uso de drogas, principalmente de forma medicial, e delegar este poder de decisão para os estados.

No fim do evento, o Fábio distribuiu alguns "brindes" que ele juntou durante seu período em Washington. Apesar de partir logo depois, o Fábio volta no fim do semestre a participar regularmente das reuniões do CERC.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Encontro 20 de maio

Presentes: Luiza, Júlio, Bruno, Anthony, Joana, Pamela, Tales, Pedro

O evento de hoje foi sobre o livro "As Seis Lições", de Ludwig Von Mises, apresentado pela Pamela.

O livro é resultado de palestras dadas pelo autor na Argentina em 1958, transcritas em um livro que discute conceitos que podem parecer complexos (as seis lições são: capitalismo, socialismo, intervencionismo, inflação, investimento estrangeiro, política e idéias) de uma maneira simples e compreensível. Muitos dos conceitos tratados nele já foram temas de debate central dos encontros do CERC, tornando-o leitura altamente recomendanda aos participantes.

No evento de hoje, o grupo deu maior enfoque ao capítulo sobre Intervencionismo, tendo como temas premilinares os dois primeiros capítulos sobre Capitalismo e Socialismo. Abaixo temos um resumo destes e do que foi discutido.

Capitalismo: O autor inicia o livro quebrando o mito da miséria e desigualdade social criada pelo sistema capitalista: antes de seu advento, o status social do homem permanecia intalterado durante toda sua vida, e 90% da população trabalhava no campo em extrema miséria. Ele apresenta exemplos sobre o conceito de que "O desenvolvimento do capitalismo consiste em que cada homem tem do direito de servir melhor e mais barato o seu cliente.". O capítulo termina dizendo que Marx errou, e que foi o capitalismo o responsável pela melhoria no padrão de vida das pessoas nos últimos 100 anos. "Quanto mais se eleva o capital investido por indivíduo, mais próspero se torna o país."

Socialismo: Sobre socialismo, Mises fala sobre a liberdade na sociedade, e sobre a falta dela em um sistema socialista. Mises enfatiza o fato de que seres humanos são imperfeitos, e que idéia de que o governo pode impedir as imperfeições dos humanos é falsa, pois ele mesmo é formado por humanos. Os homens são diferentes, e tem capacidades diferentes, e não deve caber ao Estado julgar qual o ofício de cada um ou que vantagens ou subsídios eles terão. A própria sociedade, ou consumidores, farão esse julgamento de forma mais eficiente. Nas suas palavras: "Liberdade na sociedade significa que um homem depende tanto dos demais como estes dependem dele.".

Intervencionismo: Nele, Mises segue o conceito básico de que o "melhor governo é aquele que menos governa", e de que o governo é muito útil para determinados fins, mas não para outros. Ele nega a atual existência de um mercado livre, chamando-o de, na verdade, uma "economia mista", onde o estado exerce o papel de gestor em alguns campos da economia. Ele também nega a possibilidade da existência de um terceiro sistema, que sendo equidistante do capitalismo e do socialismo, conservaria as vantagens e evitaria as desvantagens de um e de outro. O autor considera a produção de segurança como única função legítima do governo, e que todas as outras tem por objetivo restringir a supremacia dos consumidores.

O debate, mais uma vez, se dirigiu à qual seria o nível ideal de intervenção estatal na sociedade. Idéias contrárias à do autor sugerem que o Estado precisa corrigir as irregularidades do mercado, como controle de cartéis ou prover condições básicas para a vida humana em casos de extrema desigualdade econômica. Porém, defensores de Mises argumentam que o que leva ao cartel é a própria intervenção governamental, na medida em que ele isola o mercado interno, elevando o preço da mercadoria, possibilitando a formação de cartéis pelos produtores nacionais. Ainda argumentam que o cartel sempre será quebrado a longo prazo, pela entrada de novos concorrentes mais eficientes dipostos a enfrentá-lo ou da busca por meios alternativos pelos consumidores. Já para casos de extrema desigualdade, argumentam que seria mais sensato os 90% do topo da escala social decidir quanto será dado aos 10% de baixo, livremente, via atos de caridade, do que 80% do meio decidir, via coerção, quanto será dado dos 10% de cima aos 10% de baixo. Também argumentam que estes pressupostos de "correção" do sistema são sempre os argumentos mais fortes para o estabelecimento de regimes socialistas autoritários.

O livro pode ser visto, na íntegra, pelo próprio site do Ludwig Von Mises Institute, pelo link: http://www.mises.org/etexts/ecopol.asp

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Palestra com Hélio Beltrão no CERC


Dia 10 de junho o CERC terá o prazer de receber Hélio Beltrão, criador do Instituto Ludwig Von Mises Brasil.

O instituto, como diz no seu site, "é uma associação voltada à produção e à disseminação de estudos econômicos e de ciências sociais que promovam os princípios de livre mercado e de uma sociedade livre".

Hélio apresentará uma análise sobre a crise econômica atual do ponto de vista da Escola Austríaca, chamada "A crise do crédito, suas origens e desdobramentos"

Como todos eventos do CERC, será aberto para o público, às 11:30 na Faculdade de Direito da UFRGS.

Convidamos todos para esta palestra imperdível!

domingo, 24 de maio de 2009

25/05 - Dia da Liberdade de Impostos

Hoje comemoramos o Dia da Liberdade de Impostos.

Isso significa que, de acordo com a carga tributária brasileira atual, trabalhamos até o dia de hoje apenas para pagar os tributos governamentais.

Para conscientizar a população sobre a alta quantidade de impostos, taxas, contribuições, etc. que todos brasileiros pagam, direta ou indiretamente, o Instituto Millenium em parceria com o Ordem Livre, a população poderá adiquirir gasolina sem o preço dos tributos, que será pago pelas entidades organizadoras.

Parte de um esforço nacional, o evento será realizado em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Para Diogo Costa, coordenador geral do OrdemLivre.org, a redução dos impostos está intimamente ligada à diminuição da pobreza. “Nenhum país conseguiu se desenvolver por meio da tributação excessiva”, afirma. “Quem gasta o dinheiro dos outros, gasta mal e irresponsavelmente. Se queremos um Brasil mais próspero, um dos primeiros passos é garantir que a renda das famílias brasileiras não seja tomada de suas mãos pelos impostos do governo. É mais do que uma questão de economia. É uma questão de justiça”.

No Rio de Janeiro, a venda de gasolina será subsidiada no Posto Repsol (em frente ao Canecão), que fica na Rua Gen. Goes Monteiro, 195, Botafogo. Em lugar dos R$ 2,54 por litro/gasolina normalmente cobrado, os consumidores pagarão o valor de R$ 1.27 por litro, que é quanto a gasolina custaria se não incidissem tributos como a CIDE, PINS, Cofins e ICMS.

As vendas serão limitadas a 20 litros de gasolina por veículo. As senhas para abastecer com desconto serão distribuídas a partir das 10h e a venda se inicia às 11h. Somente os consumidores que tiverem a senha poderão abastecer com desconto e, após encerrada a cota de 4.000 litros, a ação será encerrada. Será aceito somente pagamento em dinheiro. A diferença no preço do combustível será paga pelas entidades organizadoras.


Serviço – Dia da Liberdade de Impostos Rio de Janeiro.
Data: 25 de maio de 2009.
Local: Posto Repsol (Canecão)
Endereço: Rua Gen. Goes Monteiro, 195, Botafogo
Horário: Distribuição de senhas a partir das 10h. Abastecimento após às 11h.
Valor da Gasolina: R$ 1,27 litro/gasolina (valor original: R$ 2,54 litro/gasolina)
Pagamento: Apenas dinheiro.

Demais locais onde será realizado o Dia da Liberdade de Impostos:
Belo Horizonte: Posto Albatroz (Esso) - Av. Afonso Pena, esquina com a Av. Brasil – Pç. Tiradentes
Porto Alegre: Firenze Combustíveis – Rua Santana, 345
São Paulo: Posto Centro Automotivo Portal das Perdizes (Ipiranga): Av. Sumaré, esquina com a rua Dr. Franco da Rocha.

Sobre o Instituto Millenium (www.imil.org.br) – é uma entidade sem fins lucrativos, sem vinculação político-partidária, que promove a Democracia, a Economia de Mercado, o Estado de Direito e a Liberdade. Entre as suas atividades, o Instituto Millenium realiza campanhas de conscientização, colaborando para ter melhores cidadãos, com valores claros e sólidos.

Sobre o OrdemLivre.org – é um projeto da Atlas Economic Research Foundation em cooperação com o Cato Institute. Fundado sobre os princípios de liberdade individual, mercado livre, paz e governo limitado, OrdemLivre.org promove uma ordem econômica eficiente e uma filosofia política moral e inspiradora por meio de publicações e eventos sobre temas relevantes para o desenvolvimento político, cultural e econômico dos países de língua portuguesa.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

2° Colóquio Instituto Millenium


O Instituto Millenium tem a honra de convidar para seu 2º colóquio "EFEITOS DO NOVO PANORAMA MUNDIAL SOBRE OS VALORES DA DEMOCRACIA, DA ECONOMIA DE MERCADO E DA LIBERDADE”



Dia 29 de Maio de 2009 das 14h às 19h no Hotel Marina Palace - Leblon - Rio de Janeiro

1º. Painel: “O futuro do G20 como estrutura de governança do mundo.” - Participantes: Amaury de Souza, Eduardo Viola e Gustavo Franco
2º Painel: “As ideias dominantes no Ocidente sobre a ordem econômica, social e política mudaram com a crise de 2008?” - Participantes: Bolívar Lamounier, Demétrio Magnoli, Modesto Carvalhosa e Paulo Guedes
Mediador: Luis Erlanger

Informações: (21) 2220.4466 ou secretaria@institutomillenium.org
Vagas limitadas
Inscrição: R$ 500,00
Obs: Fundadores, Curadores, Conselheiros, Especialistas e Associados são isentos.

A Civlização Ocidental Salvou o Mundo da Escravidão

Volta e meia eu ouço a velha história de que a suposta “raça branca” (seja lá o que essa bobagem quer dizer) tem uma dívida histórica com a “raça negra” (seja lá o que isso quer dizer). Afinal de contas, dizem eles, os “brancos” escravizaram os “negros” durante vários séculos. Portanto, é lógico que os que escravizaram devem alguma reparação a quem foi escravizado.

Sem querer entrar no mérito de como reparar alguém que já morreu a muito tempo tirando algo de alguém que também já morreu a muito tempo (a menos que vocês conheçam um ex-escravo ou um ex-dono de escravos que esteja vivo), ainda sim essa história me parece não ter nenhum cabimento. Pra falar a verdade, são exatamente os “candidatos a escravos” que devem muito a Cvilização Ocidental. Deixe-me explicar:

Em primeiro lugar, a escravidão não foi inventada por “europeus brancos”. E não foi mesmo. A escravidão é uma das instituições mais antigas da humanidade (tão antiga quanto a Bíblia Sagrada) e foi praticada por virtualmente todas as civilizações que habitam ou já habitaram este planeta. Quase todos os povos já escravizaram ou foram escravizados por outros povos. Havia até mesmo escravidão por dívida cometida entre a própria civilização. Negros escravizaram negros, brancos escravizaram brancos, brancos escravizaram africanos e africanos escravizaram brancos. Sim, isso mesmo que eu escrevi. Norte-Africanos escravizaram brancos do Meditarrâneo por volta de 1530 a meados de 1700, vá pesquisar a respeito. Portanto, a escravidão nunca foi a respeito da raça, mas sim de submissão do militarmente mais fraco. Os romanos tinham o hábito escravizar os povos conquistados, por exemplo.

Se por um lado não foram os “europeus” ou os Ocidentais que inventaram a escravidão, por outro foram apenas eles que decidiram acabar com ela. Exatamente. A escravidão acabou em primeiro lugar na Europa Ocidental, com o advento do Cristianismo. A moralidade cristã, principalmente a idéia de que todos os homens foram criados iguais perante Deus, foi uma das mais poderosas armas anti-escrivadão. Aliás, até hoje é esse o princípio por trás da proibição da escravidão (afinal, eu nunca vi nenhum argumento “materialista-evolucionista-darwiniano” que fosse anti-escravidão, muito pelo contrário. Do ponto de vista simplesmente materialista, não há nenhuma objeção em subjugar o mais fraco).

Finalmente, foi justamente um movimento cristão evangélico (promovido pelos Quakers) na Inglaterra, durante a Revolução Industrial, que fez campanhas e conseguiu banir a escravidão da Inglaterra e de suas colônias, além de proibir o tráfico de escravos em geral (não apenas dos ingleses). O cristianismo, uma das bases da civilização Ocidental, por si só e também influenciando outros pensadores liberais clássicos, conseguiu tornar a escravidão ilegal em todos os países onde foi dominante.

Isso definitivamente não é pouca coisa. Conseguir abolir uma das mais antigas instituições da humanidade, e que era extremamente comum entre todos, não é uma tarefa fácil. A declaração de independência e a constituição Americana juntas afirmavam o fato totalmente contra intuitivo de que todos os homens foram criados iguais e, por conseqüencia disso, tem igualmente o direito à liberdade, à vida e a busca da felicidade. Mesmo sendo guiado por esse princípio, os EUA só conseguiram abolir a escravidão em todos os seus estados através de uma guerra civil que matou 600 mil americanos.

Abolir a escravidão foi um feito inédito por dois motivos. Primeiro porque, como já foi dito, ela era uma das instituições mais antigas da humanidade e segundo porque foi a decisão de abolir tal instiuição foi tomada pela civilização dominante. Pense a respeito. É muito fácil abolir a escravidão sendo uma nação ou povo fraco militarmente. Nesse caso, a escravidão não é praticada por incapacidade e não por falta de vontade. Entretanto, a Civilização Ocidental até hoje é a que domina não só militarmente, mas também culturalmente o mundo todo. A princípio, não haveria nenhuma vantagem em abolir a escravidão.Ela poderia muito bem continuar, dominando povos que não conseguem se defender. Foram apenas os principios e valores morais que fizeram com que a abolição se tornasse uma necessidade vital e que criou uma repulsa a qualquer prática de escravidão, de tal forma que hoje mesmo brancos acabam esquecendo disso e inventam essa suposta “dívida histórica” com os escravos do passado.

Pra mim isso é um absurdo. Se alguém tem que agradecer a alguém são os povos que, só foram libertados da escravidão, porque as idéias do Ocidente acabaram chegando a seus países, como por exemplo no continente africano, que praticava (e em alguns países pratica até hoje) a escravidão, mas que terminou graças ao Cristianismo e suas influências no pensamento Ocidental.

domingo, 17 de maio de 2009

Encontro 13 de maio

Presentes: Anthony, Gabriel, Fernanda, Pamela, Thomas, Marcos, Júlio, Bruno, João, Luiza, Joana, Tales

Hoje Anthony apresentou seu artigo sobre políticas ambientais, levando a conversa para incertezas da ação do homem sobre o planeta, distorções de mercado e a análise de prioridade de políticas governamentais.

O debate do grupo girou em torno de duas questões fundamentais:

1) Que tipo de externalidade é provocada por cada ação do homem? Ex.: O corte de uma única árvore é uma invasão da liberdade do próximo? E de várias?

2) As políticas ambientais atuais criam mais benefícios ou mais obstáculos para o bem-estar do homem?

Há apoiadores da idéia de que para não causar grandes externalidades irreparáveis para a humanidade, deve haver restrições bem definidas impedindo a alteração do meio ambiente pelo homem. Como consequência disso, a humanidade criaria uma cultura de maior eficiência no uso dos recursos, e seu bem-estar seria beneficiado a longo prazo.

Porém, outros argumentam que as grandes externalidades irreparáveis estão muito longes de ser realidade, tanto conceitualmente como temporalmente. O grande investimento nesse problema incerto em um futuro distante cria fortes distorções de mercado e um freio para a melhoria do nosso bem-estar.

Uma cultura de eficiência e um aumento do bem-estar seria estabelecido com a criação ou com o fortalecimento do direito de propriedade dos recursos naturais. Desse modo, atuais externalidades negativas se tornariam parte do mercado, que refletiria as necessidades da sociedade.

As referências para este debate foram:

"Liberdade e o Meio Ambiente: Uma Reflexão Sobre Dogmas, Políticas e Mercados"

Vídeo do Bjorn Lomborg no IQ2 US


Nos próximos encontros teremos:

20/05: Pamela Espinosa apresentará o livro "As Seis Lições", de Ludwig Von Mises, prêmio Nobel de economia.

27/05: Encontro com Fábio Ostermann, membro fundador do CERC. Assunto ainda não definido.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Encontro 6 de maio

Presentes: Pamela, Luiza, Joana, Bruno, Thomas, Eduardo, Anthony, Júlio

Novos participantes: Gabriel Giambastiani, Fernanda Voigt

Nesta reunião recebemos o Luiz Afonso dos Santos Senna, atual Secretário Municipal de Mobilidade Urbana e presidente da EPTC, de Porto Alegre.

O palestrante iniciou a conversa apresentando um pouco sobre sua vida, falando sobre sua formação como engenheiro civil pela UFRGS, até sua especialização em transportes, com doutorado e pós-doutorado na Inglaterra.

Depois, passou para um breve histórico do transporte e da infraestrutura, e como antigamente as grandes empresas de infraestrutura foram criadas a partir de empreendedores privados, e foram em sua maioria estatizadas posteriormente.

Ele comentou sobre sua vivência na Inglaterra sob a governança da Margaret Thatcher, que privatizou a grande maioria das empresas públicas, inclusive as de infraestrutura, tirando a Inglaterra de um longo período de estagnação econômica.

Citando um de seus professores durante seu doutorado em Leeds, falou que a tendência para privatização ou estatização segue um ciclo, que ao longo da história pesa ora para um lado ora para outro.

O grupo concordou sobre a infeficiência da gerência do estado sobre diversas atividades econômicas, porém o grande debate estava sobre a gerência privada da infraestrutura, e como isso levaria, inevitavelmente, à formação de monopólios.

A questão seria que uma empresa nunca construiria uma via ferroviária, por exemplo, exatamente ao lado de outra, criando um sistema de concorrência imperfeita e o estabelecimento de um monopólio privado que teria um poder abusivo sobre os preços do serviço.

Então, nessa linha, podemos argumentar que se o empreendimento não existisse, não haveria serviço disponível, e o empreendedor deve ter o direito de cobrar o preço necessário para que exista retorno sobre o investimento feito e o risco tomado no momento. Ou seja, melhor existir um serviço caro do que serviço nenhum.

Outro argumento contrário seria que este monopólio ferroviário (usando o exemplo), não é um monopólio em um sentido mais amplo. Uma via ferroviária é apenas um meio existente para o transporte. É impossível uma empresa deter o monopólio sobre todos os meios de transporte. A existência de um monopólio ferroviário ainda nos deixa alternativas para todo resto da gama de meio de transportes existentes, como rodoviário, aéreo, fluvial, etc., e inexistentes, pois o mercado gera novas idéias para soluções de problemas da sociedade. É muito provável que, no futuro, o avanço da tecnologia possibilite formas de transporte muito mais eficientes do que as hoje existentes.

Também se questiona qual a vantagem do monopólio estatal sobre o monopólio privado. Se a gerência de uma empresa for feita pelo estado, será quase inevitavelmente mais ineficiente que a gerência privada, pela falta de incentivos de mercado que levam as empresas a maximizar sua eficiência. Ou seja, o serviço prestado pelo estado sairá mais caro do que um serviço prestado por um ente privado. A única diferença é que na gerência estatal, todos pagam pelo serviço, não só os usuários do serviço. A ineficiência é distribuída, obrigatoriamente na forma de impostos, por toda a sociedade.

Esse tema de debate muito polêmico se estendeu até as 14h, tornando o encontro um sucesso, devido ao grande interesse dos participantes e o número de questionamentos e opiniões colocadas em debate.

Agradecemos mais uma vez a presença do Senna no CERC, e esperamos poder recebê-lo novamente no futuro.

Esperamos todos no próximo evento, quando o Anthony fará uma apresentação sobre o tema do seu artigo "Liberdade e o Meio Ambiente: Uma Reflexão Sobre Dogmas, Políticas e Mercados", publicado no livro Cultura da Liberdade, à venda na Livraria Cultura.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Encontro 29 de abril

Presentes: Júlio, Bruno, Luiza, Pamela, Joana, Marcos, João, Anthony, Alexandre, Eduardo

Na reunião de hoje a Luiza nos apresentou o trabalho do economista Amartya Sen, vencedor do prêmio Nobel em 98 e criador do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Basicamente, Sen defende que o bem-estar humano está na capacidade de cada um para perseguir seus objetivos, não sendo passivo ao sistema, recebendo auxílios.

Desse modo, sua teoria tem proximidade com o individualismo de livre mercado, onde cada pessoa é um agente transformador do sistema, que funciona como resultado das múltiplas ações individuais.

Amartya Sen acredita na igualdade de oportunidade entre os humanos, para que possam exercer sua capacidade de ação em meio à sociedade. Dessa forma, ele defende alguns direitos humanos positivos (direitos que exigem a ação de um agente externo para ser garantido) à sociedade, como garantia de saúde e educação básica.

Nosso encontro se encaminhou, então, ao debate quanto à justiça e a eficácia dos direitos positivos na sociedade. O CERC acredita liberdade individual, e a não coerção desta em benefício da coletividade.

Neste tema polêmico, há a linha de pensamento que diz que a garantia de direitos humanos básicos, estes referidos pelo Amarya Sen, trariam uma sociedade mais equilibrada e eficaz, em que todos os agentes tem as mesmas oportunidades para então conquistar seu bem-estar, em um então mercado de justa concorrência. Também há o raciocínio que não devemos criar uma sociedade em que o auxílio seja próximo seja forçado e obrigatório, fazendo com que o as pessoas não encarem suas necessidades mais básicas como algo a ser conquistado, mas como algo a ser ganho da sociedade.

Lembramos, mais uma vez, que no encontro da semana que vem, dia 6 de maio, receberemos o presidente da EPTC Luís Afonso Senna. Especialista do tema de concessão de estradas em parcerias público-privadas, este publicou em 2007 o livro "Rodovias Auto-Sustentadas: Desafio do Sèculo XXI"

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Encontro 22 de abril

Presentes: Anthony, Diego, Bruno, Júlio, Marcos, Eduardo, Patrícia, Pamela

No encontro do dia 22 de abril foi a vez do Diego Carvalho fazer sua apresentação.

Ele nos deu uma breve introdução aos estudos de Ronald Coase e Douglass North, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia. O tema era custos de transação e externalidades.

Um resumo sobre o tema do encontro pode ser lido neste pdf.

A questão das externalidades levou a conversa para questões ambientais, onde externalidades negativas se manifestam mais claramente (eg. a poluição do ar se torna "rentável" pois não há como controlar o direito de propriedade sobre ele.).

A conversa se tornou um preparativo interessante para os próximos encontros, quando trataremos de políticas urbanas e ambientais.

Lembrando nossa agenda atualizada de apresentadores para os próximos encontros:

29/04 - Luiza (clique aqui para o material da apresentação)
06/05 - Luiz Afonso dos Santos Senna (Secretário Municipal de Mobilidade Urbana e presidente da EPTC)
13/05 - Anthony (clique aqui para o material da apresentação)
20/05 - Pamela

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fórum Libertarianismo


O site Libertarianismo.com acaba de lançar um fórum virtual para encontros e debates entre a comunidade liberal brasileira.

Acesse http://www.libertarianismo.com/forum, cadastre-se e começe a postar!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

CERC é membro da Students For Liberty

Em um ano de grandes parcerias que seguramente muito irão ajudar ao crescimento e desenvolvimento do grupo, tenho o prazer de informar que o CERC é o primeiro membro internacional a afiliar-se à Students For Liberty. A SFL é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é proporcionar um foro de apoio a organizações e a estudantes dedicados à causa da promoção da liberdade.

Maiores informações no site da Students For Liberty

sábado, 18 de abril de 2009

Filosofia do Estado de Direito

O Instituto Millenium junto com a Academia Brasileira de Filosofia promovem este mês uma série de eventos sobre a Filosofia do Estado de Direito.

Se tratará de conferências e debates em torno do crescimento do Totalitarismo e suas consequências para a América Latina.

O principal palestrante será Alejandro Pena Esclusa, que foi candidato à Presidência contra o Chavez.

As conferências e debates se darão nos dias 25, 28 e 29 de abril, no Anfiteatro do Centro Médico BarraShopping, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Maiores informações no cartaz abaixo:

segunda-feira, 30 de março de 2009

Colóquio IL: Voce é a favor ou contra a Lei do Estágio?

Pra quem não conhece, o colóquio é um evento único para debate de idéias sobre temas correntes, organizado pelo Instituto Liberdade. O tema do próximo colóquio é "Regulação do Mercado de Trabalho: Você é contra ou a favor da Lei do Estágio?". Será uma oportunidade interessante para discutir a regulamentação governamental sobre o mercado em um momento de crise que colocou esse assunto à tona. Os debates do colóquio apresentam um alto nível de profundidade, e as turmas são limitadas a 15 pessoas.


Para visualizar a nova Lei do Estágio, clique aqui.

O evento será no sábado, dia 25/04, das 09h às 12h, na PUCRS.

Para maiores informações, clique na imagem ou acesse o site do Instituto Liberdade.

sábado, 28 de março de 2009

Ruth Richardson na UFRGS!

Ruth Richardson, ex-Ministra das Finanças da Nova Zelândia estará palestrando na Faculdade de Economia da UFRGS, vindo ao Brasil em ocasião do Fórum da Liberdade.

O tema será "A Agenda de Reformas para Superar a Crise Econômica"

Quando: 06 de abril de 2009, 9h30min.
Onde: Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas/UFRGS (Av. João Pessoa, 52 - 3o. andar).
Entrada Franca

E só aparecer! Maiores informações aqui.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Orçamento Participativo e a propaganda enganosa

Orçamento Participativo e a propaganda enganosa

O espectro político mundial hoje difere muito da conhecida dicotomia esquerda-direita que imperava em meados do século XX. Denota-se uma série de nuances, seja de um lado (comunistas, socialistas, social-democratas, esquerda-ecológica, liberais europeus, etc.), seja de outro (conservadores, neo-fascistas, libertários, entre outros), a tal ponto que hoje não é possível fazer uma distinção objetiva, e é raramente possível quando falamos em opiniões pontuais (uma mesma idéia pode ser defendida pelos mais diversos grupos). Por isso, diz-se da falência do modelo dicotômico que tanto perdurou e tanto mal fez ao século XX. Pode-se falar em uma espécie de rosa dos ventos como espectro político, ou qualquer que seja o símbolo usado, importa deixar claro que não existe mais uma divisão bipolar.

Há muito tempo inúmeros economistas, cientistas políticos e estudiosos das ciências sociais em geral têm defendido que a solução para o desenvolvimento de uma sociedade mais próspera é a de enfraquecer o gigante “Estado” trazendo para o âmbito da sociedade civil a liberdade de escolher os seus destinos. Deixando de lado a distinção conceitual esquerda-direita, que certamente não representa nada do ponto de vista prático, a solução passaria por uma diminuição não só do tamanho, mas também da importância das decisões estatais na vida do cidadão/ator-econômico. Tomando como premissa que a democracia é a única forma garantística das liberdades individuais, convém analisar, dentro do espectro democrático, um exemplo de descentralização das decisões que, ao longo dos anos, vem sendo usado como bandeira por parte do espectro político mundial: a democracia participativa e o exemplo do Orçamento Participativo.

É inútil discursar sobre as diversas facetas da democracia, entretanto sabe-se que a democracia participativa é um viés útil e íntegro como modo de representação de interesses da população, assim como o são a democracia representativa e quaisquer outras formas de discussão/deliberação democráticas. Mas seria esse viés o mais eficaz para a deliberação do gasto público? E, ainda, para não entrar no discurso da eficácia, seria este viés da democracia o mais adequado para os problemas atuais da sociedade? Para ilustrar o que pretendo dizer tomarei como exemplo o caso do Orçamento Participativo, grande conhecido dos gaúchos, mas hoje mundialmente famoso graças à propaganda exercida por alguns veículos de comunicação, dentre eles o jornal francês “Le monde diplomatique”.

A experiência portoalegrense de democracia participativa, posta em prática pelos petistas no fim da década de 80 é típico exemplo de propaganda enganosa. Digo isso pela experiência pessoal e acadêmica pela qual passo no momento, estudando na cidade de Bologna, Itália (conhecida como “La rossa”, entre outros motivos, justamente pela tradição comunista da cidade – governada pelo Partido Comunista italiano por cerca de 40 anos e que hoje sofre um processo de remodelação iniciado por uma coalizão de oposição aos comunistas, que tomou o poder em 1999 e que acabou com a hegemonia “vermelha” na cidade). Aqui, o orçamento participativo é visto como o paraíso da democracia. A experiência de democracia participativa é tida como uma possível solução a uma cidade dividida por bairros com demandas diversas. No entanto, o que choca é a repercussão positiva, porém parcial, das conseqüências do programa implementado na capital gaúcha.

A informação que chega aos ouvidos da estudante de ciência política que, ao perguntar-me como funciona o modelo, queria obter mais informações para o seu trabalho de conclusão de curso (que tinha como tema justamente este exemplo de democracia participativa) deixa-a estarrecida: menos de 5% do orçamento municipal é destinado às demandas do programa*. Fica ainda mais surpresa ao descobrir, pela via de um reles estudante, que o modelo, diversamente do que havia lido, tem como diretamente envolvidos cerca de 1 a 2% da população do município (se contarmos os credenciamentos nas assembléias e reuniões das diferentes zonas da cidade).

Não há como negar que a idéia da população discutir diretamente os rumos do dinheiro público é interessante. Não há como negar, ainda, que do ponto de vista utópico, uma sociedade engajada nas decisões tiraria da própria política o peso das decisões, desinchando um estado cada vez mais mastodôntico (idéia que, na teoria, vai certamente ao encontro do que defendo). E se entende, portanto, o interesse da jovem idealista no assunto, uma vez que ao sair da aula de “teoria do desenvolvimento político” está cheia de idéias de como desenvolver a sua cidade de modo a torná-la mais próspera. O problema, certamente, não está na idéia, na ingenuidade da estudante, e, sim, na maneira como a propaganda “vermelha” consegue desvirtuar um programa que, passando ao largo nos 16 anos de administração petista e 4 de administração Fogaça - realizou algumas obras pontuais em determinadas regiões da cidade, criando muito mais demandas aprovadas que soluções práticas para os problemas urbanos –, conseguiu se tornar famoso ao redor do mundo.

Tal sucesso de crítica se deve à falsa propaganda de que o programa é majoritariamente difundido na sociedade, criando uma figura fantasiosa de uma cidade onde os problemas são resolvidos e geridos pela população, onde o orçamento é dividido, não entre clientelagens e burocratas, mas entre bairros e regiões que, sozinhos, decidem onde investi-lo. E uma sociedade utópica, em que todos se reúnem duas vezes por mês para deliberar a divisão da torta e que, depois, com a sua porção do quinhão, fazem o que bem entendem (ou melhor, o que a maioria decide) teria agora o nome de Porto Alegre, cidade sem problemas, uma vez que governada por seus próprios filhos... Bem vinda à realidade, estudante, não existe almoço grátis.

Não que o programa não seja proveitoso, mas certamente não a ponto de atingir sucesso total de público e crítica. A parcela ínfima do orçamento possibilita algumas obras (que talvez não fossem realizadas não fossem às deliberações feitas nas reuniões do programa), e concordo que a vida do Joãozinho da Lomba do Pinheiro que agora pode brincar na creche recentemente construída pelo município em parceria com a população mudará radicalmente. Mas do ponto de vista macro, do ponto de vista de gerência do orçamento público, pouco muda. E mais, muitas vezes o dinheiro se dirige a demandas que não são realmente aquelas necessárias para a cidade, uma vez que, devido ao desinteresse da população, as votações são esvaziadas, mantendo apenas poucos vizinhos que, em massa, votam pelo asfaltamento da sua rua, ao invés da compra de dois aparelhos de hemodiálise para o posto de saúde (uma vez que nenhum deles tem problema de rins e, por enquanto, é mais importante asfaltar a rua).

Deixando de lado a carga de exemplos e partindo para o ponto de vista teórico da situação, como entender porque um programa, que, como qualquer outro, de qualquer outra prefeitura ao redor do mundo, tenta consertar problemas da cidade, às vezes acertando e às vezes errando, possa ser conhecido mundialmente? Agora sim, não posso deixar de dizer... só pode ser obra de um belo marqueteiro! Ou de uma rede de comunicação eficiente e falaciosa, que propaga meias-verdades como se fossem realidade e que omite com o escopo de informar, somente a fim de divulgar uma idéia, uma ideologia.

Voltando ao discurso do início, o exemplo dado de uma experiência cotidiana, e porque não dizer às vezes até bem sucedida de um programa de descentralização das decisões fáceis e baratas para o orçamento é claro: o Orçamento Participativo serve apenas para privilegiar a escolha do sujeito-cidadão como mais eficiente que a escolha do estado (que sabe-se, não sabe tudo, com o perdão do jogo de palavras) – mas que pode vir a errar quando entra no jogo a deliberação e a posterior vitória da maioria. A democracia participativa não é nada mais que a aplicação prática da teoria da informação de Hayek – o sujeito tem muito mais propensão a acertar na escolha quando a faz sozinho, e o estado (na figura dos representantes) tende a não haver toda a informação necessária para fazer a escolha certa de onde investir. O problema reside propriamente em aplicar tal teoria à prática no caso em voga: seria possível que cada um escolhesse onde investir a sua parcela do orçamento, ou acaba-se por haver uma escolha “pública” – mas não-estatal -, cínica e ligada ao interesse pessoal da maioria que aprova? Acaba-se trocando a figura do “desinformado” parlamento pela figura da egoísta minoria organizada que aprova as deliberações.

Ao invés, utilizando a rede do orçamento participativo e a vontade de “participar”, a estratégia de criação de soluções, e não simplesmente de demandas, se enquadra muito mais naquilo que é a verdade faceta da democracia participativa (a participação, não só na escolha e na criação de demandas, mas também na execução do problema criado). O que quero dizer com isso, é que muito mais do que haver um orçamento participativo, se deve haver uma execução participativa. Um Estado que opta pela descentralização das soluções, opta pela escolha mais “informada”, pela escolha daquele que tem o problema propriamente vizinho. Porém, não é simplesmente descentralizando para uma outra esfera (nesse caso a esfera regional, zonal, de bairro, ou de vizinhança) que os problemas serão sanados. O mesmo problema já demonstrado da escolha pública afetará as decisões do Orçamento Participativo, mas na sua face mais problemática, a do cinismo e egoísmo da minoria organizada. Não existe almoço grátis, o Estado só tem dinheiro porque cobra taxas, e quanto mais demandas, mais taxas, e por aí vai.

A execução das demandas por parte daqueles mesmos que a criaram é justamente o que afasta a carga egoística da decisão. Colocando o cidadão que delibera e aprova como figura chave na execução do plano, suas decisões serão pensadas a ponto de não criar encargos para um terceiro, e, sim, criar um encargo possível de ser executado por si mesmo. De modo a ser mais didático: digamos que exista uma demanda pela construção de uma creche em uma vila da periferia de um determinado município. De um lado a população da vila que, formada majoritariamente por carroceiros, desempregados e trabalhadores informais, quer que seus filhos não tenham o mesmo futuro. De outro o município que, com pouco dinheiro em caixa, não tem dinheiro nem mão-de-obra para a sua construção.

Nesse momento, entram em jogo terceiros interessados, associações de bairro, e organizações voluntárias. Invertamos os papéis agora: digamos que os habitantes da vila, por estar desempregados, possam utilizar seu tempo livre de modo a tornar possível a reivindicação: Prefeitura que dispõe de um terreno, população que dispõe de trabalhadores e mão-de-obra disponibilizada por meio de doações e/ou, por que não, pela própria prefeitura que, certamente, dispõe de alguns sacos de cimento, tijolos e telhas. De modo simplificado, o exemplo mostra que é possível ao menos uma diminuição do custo para a Prefeitura (e conseqüentemente para a própria população). E muitos são os outros exemplos possíveis de utilização de mão-de-obra, organização dos diferentes atores em prol da execução da demanda criada. A solução não é nova: o papel inovador seria justamente o de utilizar a rede de orçamento participativo como canal de encontro de todos os atores, possibilitando uma deliberação menos egoística e reivindicativa e, portanto, plausível de ser executada. Uma escolha, certamente, mais adequada.

Deixando de lado a premissa posta, da superioridade do indivíduo em comparação ao estado no investimento (na escolha de onde colocar o dinheiro), e passando ao largo sobre o conceito de democracia participativa, a conclusão prática do exemplo dado é simples: o exercício de uma pseudo-democracia participativa, que no caso não passa de um processo de criação de demandas sem a criação de soluções, não pode e não deve perdurar como modelo a ser seguido por cidades ao redor do mundo. O mito do Orçamento Participativo, nos moldes como o implementado na capital gaúcha, não merece a atenção que recebe, definitivamente.

Abandonando a mitificação exercida pela mídia comunista, e analisando objetivamente as conseqüências práticas do exercício do programa, não se pode deixar de criticar o programa que na verdade não passa de um pequeno modo de descentralizar algumas – poucas – decisões. A democracia participativa, por si só, não faz mal ao Estado, e muito menos a uma sociedade livre, e pode, muito bem, ser um ótimo canal de descentralização das decisões, agregando diversos atores na definição de metas para o saneamento dos problemas e na execução de suas soluções. A idéia de um Estado desinchado e descentralizado e de uma sociedade civil ativa e participativa não é nova, porém a quebra de alguns paradigmas é necessária para o verdadeiro desenvolvimento.

Para concluir, não podem os comunistas, socialistas e social-democratas utilizarem a bandeira de uma faceta da democracia (aquela participativa) como sua, uma vez que a democracia não é monopólio de uma ideologia, e quaisquer que sejam as idéias, só podem ser postas em prática de maneira democrática (sendo essa a premissa principal de qualquer Estado). Ainda pior quando se trata de um exemplo mal acabado de democracia participativa, tomado por grupos de pressão e, freqüentemente, exercício da famosa “ditadura da minoria organizada”. Democracia participativa não é sinônimo de Orçamento Participativo. A participação da população na escolha do investimento público é assaz interessante do ponto de vista democrático, e pode muito bem servir como modo de tornar mais eficiente o gasto público, desde que levada a cabo dentro de parâmetros corretos (diferentes da pura e simples reivindicação frente ao Estado que tudo faz).

Rafael Abreu
Acadêmico da Faculdade de Direito da UFRGS.

*os dados foram adquiridos via conversa informal com ex-funcionário da prefeitura e elevados para não incorrer em erro, uma vez que o orçamento do município de Porto Alegre não distingue o investimento derivado de deliberações do OP, tornando praticamente impossível a descoberta do efetivo montante utilizado e executado por via do programa.

A PRIVATIZAÇÃO DE PRESÍDIOS PODE SALVAR O SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO

É isso mesmo. Até porque piorar ainda mais a atual situação do sistema penitenciário brasileiro é uma tarefa bastante difícil. Mas é bom consolidar alguns pontos, preliminarmente.

Privatização de presídios não significa fazer um leilão em que a empresa vencedora leva o estabelecimento penal de “porteira fechada” (isto é, com todos os presos junto). Nem se aplica apenas a “presídios” - estabelecimentos penais destinados à custódia de presos provisórios. A palavra “privatização” refere-se ao ato de reduzir o papel do governo, ou de dar maior importância ao setor privado, numa atividade ou na propriedade de bens. No caso, trata-se da delegação à iniciativa privada de atividades penitenciárias (mal) exercidas pelo poder estatal.

Experiências neste sentido já existem em países tão diversos como Estados Unidos, Bulgária, Alemanha, Chile, México, Irlanda, Israel, Escócia, Canadá, Austrália e Peru. O Brasil teve sua primeira experiência em 1999, com a Penitenciária Industrial de Guarapuava, no Paraná. A despeito dos surpreendentemente baixos índices de reincidência criminal dos egressos desta penitenciária (cerca de 10%, comparados com a média nacional de 70%) e dos visíveis incrementos em termos de respeito aos direitos humanos dos presos (eles são seres humanos, lembra?!), o contrato com a empresa Humanitas Administração Prisional não foi renovado pelo governador Roberto Requião (não por acaso, conhecido como “Hugo Chávez Paranaense”).

A privatização não representa, logicamente, a panacéia curadora de todos os males do sistema carcerário brasileiro. Mas a gestão privada de prisões conta com um ponto fundamental a seu favor em relação à gestão estatal: tanto as empresas como os seus funcionários estão submetidos ao rígido controle do mercado – através da boa e velha concorrência.

No setor privado, a empresa (através de seus funcionários) atua com base na relação de causa e efeito existente entre bom desempenho e ganhos monetários. Logo, a empresa tem o incentivo econômico para prestar os serviços penitenciários com qualidade, respeitando direitos humanos do preso e demais disposições contidas no contrato firmado com o Estado. A concorrência se dá após o lançamento do edital de licitação (quando as diversas empresas competem pelo contrato), mas também durante o adimplemento do contrato, pois a Administração Pública pode a qualquer momento rescindir unilateralmente o contrato em razão de interesse público, contratando outra empresa, se for o caso.

Já no que toca ao setor público, a realidade é outra. Performances fracas e fracassos na obtenção de resultados são freqüentemente utilizados pelos gestores públicos como um argumento para conseguir mais verbas para o seu objeto de gestão, ocasionando mais e mais ineficiência. De fato, é fácil perceber em que direção agem os incentivos econômicos a que estão submetidos os funcionários públicos. Salvo (honrosas e louváveis) exceções, a lógica do serviço público é quanto mais se trabalha, mais trabalho se recebe, e, com isso, mais responsabilidade e incomodação se acumula – recebendo em seu contracheque valor semelhante ao do colega acomodado (que usa parte do seu tempo para estudar para algum outro concurso, falar mal do puxa-saco ou anti-social que trabalha até tarde, paquerar a moça do xerox, etc.).

A privatização de presídios significa, portanto, a utilização da eficiência e da vontade de lucrar das empresas para a consecução de fins públicos – a administração penitenciária de maneira humanamente aceitável. Seja através da terceirização (co-gestão) ou na forma de PPP, a iniciativa privada já demonstrou mundo afora (e tem demonstrado no Brasil nos 16 estabelecimentos penais já “privatizados”) o seu potencial em reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços penitenciários. A sociedade civil e a Academia devem ficar de olho para que experiências exitosas nesse sentido não sejam barradas por preconceitos ideológicos de políticos inspirados por idéias historicamente equivocadas.

terça-feira, 24 de março de 2009

XXII Fórum da Liberdade


O XXII Fórum da Liberdade, com o tema "Cultura da Liberdade", será realizado na PUCRS nos dias 6 e 7 de abril.

Um dos principais eventos de debate ideológico Brasil, o Fórum da Liberdade já reuniu 40 mil participantes, 195 conferencistas, 5 chefes de estado, 4 ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, 83 acadêmicos e intelectuais, 17 ministros de estado, 17 lideranças empresariais e 35 lideranças nacionais e internacionais.

Este ano, os palestrantes em destaque são Vicente Fox, ex-presidente do México, e Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil, que teve participação central na formulação do Plano Real.

O CERC, como mais nova instituição parceira do Fórum da Liberdade, estará distribuindo ingressos cortesia nos encontros semanais, e convida todos a participarem.

Inscrições e maiores informações pelo site www.forumdaliberdade.com.br.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Artigo: Liberdade e Meio Ambiente

"Recentemente, o meio ambiente tornou-se tema de destaque em governos, veículos de comunicação e empresas, bem como entre o público em geral. Para muitos, a crescente preocupação com questões ambientais pode parecer boa notícia; porém, infelizmente, ela está baseada em motivos extremamente controversos, senão simplesmente errados.

O discurso ambientalista sustenta-se fundamentalmente na premissa de que o homem está a serviço da natureza e em dois argumentos básicos que carecem de comprovação científica: (i) o exagerado consumo humano dos recursos naturais tornar-se-á insustentável e acarretará na escassez destes, tornando a vida humana na Terra inviável; (ii) o aquecimento global é provocado pela excessiva liberação de gases de Efeito Estufa, como o CO2, decorrente de
atividades humanas. Isso levará a uma catástrofe ambiental irreparável.

Esses dogmas, aliados a interesses políticos, influenciaram políticas ambientalistas tendenciosas, ineficientes e intervencionistas que geram, de maneira geral, graves distorções econômicas, sociais e até mesmo ambientais. O que torna a situação ainda mais preocupante é a força que essa aliança conquistou, com a sociedade em seu favor."


Clique aqui para ler o texto na íntegra.

Este artigo será publicado na XIII edição do livro "Pensamentos Liberais", que será lançado no XII Fórum da Liberdade, que acontecerá nos dias 6 e 7 de abril na PUCRS.

domingo, 15 de março de 2009

CERC 2009/1

Nesta segunda e terça (16 e 17) o grupo do CERC estará visitando as faculdades de Direito, Economia e Administração da UFRGS para convidar alunos e interessados a participar dos encontros.

A grande novidade desse semestre foram as parcerias fechadas com o Insituto Millenium, o Instituto Liberdade e o Fórum da Liberdade.

O Instituto Millenium estará patrocinando uma viagem para um dos participantes do CERC, para assistir um colóquio no Rio de Janeiro com todas despesas pagas. Também estaremos distribuindo cortesias para o XXII Fórum da Liberdade, assim como sorteando um livro no final de cada evento, este patrocinado pelo Instituto Liberdade.

Estão convidados!
Mais informações no cartaz abaixo, que também estará nas paredes das faculdades (clique para visualizar em alta resolução):

CERC mundo afora

Nesta última quarta-feira, dia 11 de março de 2009, fui convidado a falar da minha experiencia como estudante e como criador de um grupo estudantil voltado à promoção da liberdade na Academia. Neste evento falaram também estudantes de países tais como Bélgica, Canadá, Guatemala e Rússia.

O vídeo e o áudio do evento devem estar disponíveis em breve. Confira a transcrição abaixo:

Speech given at the seminar “E-Leadership - Threats to Liberty from Around the World”, promoted by Students For Liberty and Atlas Economic Research Foundation. March 11th, 2009.

Fábio M. Ostermann


As Monica mentioned, being a libertarian in Brazil is probably not the easiest thing in the world. It means being constantly taken as someone who hates poor people, children, workers, consumers, women, elderlies, devoting all our love to big corporations from which we receive our monthly payment for defending their interests.

Of course this is not true, and I'm very happy to be speaking to people who understand why this is not true.

Unfortunately the vast majority of people in my country – and even in the US, that is supposed to be THE libertarian country in the world – don't understand why defending individual freedom (in its economic and political dimension) is not same thing as defending the interests of rich people and big business.

So what to do in order to turn the tide? Well, in school I was lucky to have some close friends who shared the same opinions about the role of government in a free society. All we had to do was get together and find the best way to help advancing the cause of freedom in Brazil. As students, we felt that the academic environment of our school was completely dominated by leftists with the most bizarre affiliations.

Our teachers and the majority of our colleagues seemed to simply ignore that there was another way of seeing subjects as labor laws, drug policy, international trade, social justice, individual rights, and what does the state have to do with all this.

Following the acknowledgement of this situation, we decided to take action. We created a student group called Circle of Studies Roberto Campos, (or simply CERC) named after a very famous brazilian libertarian. The group has the very challenging mission of promoting free-market ideas in the academy.

Since our ideas are not very well regarded in Brazil, we decided that one of the main goals of the group would be for the members to educate themselves into the fundamentals of free-market. This proved to be important in several occasions, because you gotta really know what you're talking about before you try to convince and persuade others of your point of view.

So we began to have weekly meetings in which we would discuss current topics on our economical, political and legal reality with a libertarian approach. Little by little we started inviting colleagues that we felt might be interested in debating with us. Some people used to show up, sometimes a bit cautious and disagreeing with a lot of our ideas. The important thing was not to get these folks to leave our meetings thinking the same way we do (of course, that would be great), but to expose an expressive number of people to ideas that are falsely considered to be old-fashioned and impossible to be put in practice.

We also promoted some other very interesting activities. For instance, among the candidates for Mayor of my city on last year's election there was a candidate running with a radical socialist platform. We invited her to be interviewed by members of the group and confronted her proposals such as overtaxing rich people, price controls, increasing labor rights, state control over the means of production, and some other marxist bullshits that find fertile soil in Latin America, especially among young people. It was very interesting This interview is available at our blog and at google videos.

Besides exposing socialist fallacies to facts of history and economics, we also promoted seminars on law and economics, which is considered a pretty radical approach in brazilian law schools. What got me interested about it is the fact that it provides law students with valuable insights about how market works and what is the economic outcome to be expected if this law passes or this judge decides that way.

We also giveaway libertarian classic books and constantly write articles for our school newspapers, besides our blog (www.blogdocerc.blogspot.com), of course.

From the experience with my student group, what I can tell you is gather your friends and get it started. There are hundreds of tools on the internet to help you to start your own student organization for liberty. There's a battle of ideas to be waged and, guess what?!, we're losing ground.

sábado, 7 de março de 2009

Ignoratio Elenchi: ou a falácia da Conclusão Irrelevante

Em muitos debates, é muito comum usar uma falácia aristotélica conhecida pelo nome de “Conclusão Irrelevante” ou, em latim, Ignoratio Elenchi. Ela consiste em tentar provar sua teoria não discutindo o fato em questão, mas sim em apontar um fato exógeno que não tem nada a ver com o que está sendo discutido. Dizendo algo verdadeiro, mas que não tem nada a ver com o debate em questão, o debatedor espera transferir a “verdade” desse algo para o ponto relevante e assim, ganhar o debate.

Esta falácia é muito usada pelos defensores das cotas raciais na universidade. Discutindo a questão, após eu argumentar que as cotas iriam acabar com a meritocracia e, por isso, iriam reduzir a qualidade da Universidade pública, um defensor das cotas disse que o Vestibular não mede de maneira acurada o conhecimento dos alunos. Ou seja, atualmente não são necessariamente os melhores que entram na Universidade. Logo, ele teria razão em introduzir cotas.

Esse é o típico exemplo da “Conclusão Irrelevante”. Os defensores das cotas afirmam algo que até pode ser válido, talvez existam outros meios, ou outros testes que possam medir, de maneira mais precisa, o conhecimento dos alunos. No entanto, isso não significa que deva existir cotas raciais. Aliás, os defensores dessa política são, por definição, contra qualquer processo de seleção que envolva o mérito.

Imagine que exista um processo de seleção que revele de maneira 100% precisa o nível de conhecimento de cada aluno. Dessa forma, somente os alunos realmente capazes iriam entrar na Universidade. Digamos que, depois do processo ser concluído, constata-se que o percentual de negros e alunos de escolas públicas ainda é muito baixo. Os defensores das cotas iriam se dar por satisfeitos? É óbvio que não. Eles iriam continuar defendendo as cotas raciais e cotas para estudantes de universidades públicas (em sua larga maioria, pessoas pobres).

Portanto, o objetivo das pessoas que advogam o uso de cotas consiste apenas em acabar com o sistema baseado no mérito. Para eles não importa se o aluno tem conhecimentos ou não. O que importa é sua condição social. Se ele é pobre, deve entrar independentemente de seus conhecimentos. O argumento do vestibular não ser uma boa medida do nível de conhecimento é totalmente falacioso. Ele é desse jeito porque parte do pressuposto que os “cotistas” desejam a meritocracia, o que não é verdade. Cotas e mérito são conceitos diametralmente opostos.

O ódio e repúdio ao mérito e competência são características dos movimentos socialistas. Qualquer processo que recompense os mais competentes é visto como algo indesejável, pois existe uma convicção por parte da esquerda de que os “não-recompensados” foram, de alguma forma, “explorados”. O desejo socialista, que pode ser identificado em seu lema “a cada um de acordo com suas necessidades e de cada um suas capacidades”, leva a inevitavel conclusão de que alguns irão trabalhar para outros, ou seja, algumas pessoas irão produzir e não poderão usufruir do que produziram. Em uma sociedade socialista, o governo se encarrega de forçar quem é mais produtivo a trabalhar a toda capacidade e também se encarrega de distribuir o fruto do trabalho de maneira “justa”. No entanto, em uma sociedade livre, quando as pessoas são privadas de receber recompensas por produzir mais e melhor, elas acabam reduzindo seu esforço até o nível em que os custos igualam os benefícios, ou seja, elas se tornam medíocres.

O lema socialista da igualdade, que é defendido implicitamente pelos que querem cotas, se seguido até as últimas conseqüencias, cria uma sociedade onde todos são igualmente ignorantes, pobres e infelizes. Algumas pessoas, eu inclusive, costumam chamar essa situação de Socialismo.