sexta-feira, 5 de junho de 2009

Encontro 3 de junho

Presentes: Bruno Becker, Pamela Espinosa, Anthony Ling, Júlio Frota, Bruno Lauda, Eduardo Danelon, Tales Dominot, Joana Zanon, Marcos Iolovitch, Luiza Leão e Pedro Moreira (via Skype), Marcelo

O Júlio nos apresentou hoje o livro, ou o início do livro, "Defending the Undefendable: The pimp, prostitute, scab, slumlord, libeler, moneylender and other scapegoats in the rogue's gallery of American society", do Walter Block.

Na falta de um assunto definido para a apresentação de hoje, o tema não poderia ser mais interessante (e divertido). No livro, o autor sai em defesa de atividades consideradas ilícitas ou imorais, mostrando como elas são resultantes de acordos mútuos entre indivíduos e, na realidade, benéficas para a sociedade como um todo.

No resumo deste evento trataremos de assuntos moralmente ofensivos para alguns leitores, que podem optar por não o ler.

Block parte do princípio de que não é papel do estado interferir na esfera moral do indivíduo. Assim, ele vê a prostituição, por exemplo, como algo benéfico para a sociedade, onde há uma troca mutualmente benéfica entre indivíduos adultos, que não deve ser marginalizada ou criminalizada, pois acarretaria na diminuição do bem-estar geral da população.

O cafetão, por sua vez, não está explorando a prostituta, pois, outra vez, estabelece um contrato benéfico tanto para ele quanto para a prostituta. Tempo para achar clientes é poupado para ambos, e o cafetão estabelece um certo "padrão de qualidade" de suas prostitutas.

A violência que associamos à estas profissões não está instrinsicamente ligada à ela: é a marginalização dela que a torna perigosa. O autor ainda julga a profissão do cafetão como mais honrosa que as demais pelo fato de não se beneficiar de nenhum subsídio ou barreira de entrada imposta pelo governo.

Também tratamos do tema do traficante de drogas e do usuário de drogas. A proibição das drogas gera um custo muito alto para ela. A heroína, droga analisada pelo autor, teria um custo extremamente baixo (comparado com milho e batatas) sem considerar o custo da proibição. A grande utilidade dos traficantes seria de manter este preço baixo.

Block, seguindo seu princípio básico, defende que não devemos seguir a idéia de proibir os indivíduos (usuários) a encolher sua expectativa de vida pelo uso de drogas por livre espontânea vontade, assim como não podemos proibi-los de tomar qualquer tipo de risco à sua vida (como praticar esportes radicais, por exemplos).

O debate seguiu no caminho da manutenção da ordem social contra os valores morais de liberdade individual. Alguns acreditam que o custo social do uso de drogas, por exemplo, é demasiado grande para ser legalizado, por isso deve ser mantida a ordem através de medidas governamentais. Também argumentam que, no caso da heroína, a droga pode tornar a pessoa agressiva e fazê-la agir contra a liberdade de terceiros, como no caso do motorista sob efeito alcólico.

Porém, outros argumentam que o custo social da proibição das drogas, como no caso brasileiro, é muito maior do que se legalizada, usando como exemplo básico a guerra do tráfico e o domínio das favelas por máfias no Rio de Janeiro. Também argumentam, assim como o autor, que cabe ao indivíduo decidir quais os riscos que ele irá tomar, seja isso prejudicial à ele ou não. O pressuposto que deve existir uma ordem superior governamental que controla a vida dos indivíduos, pois eles não são totalmente racionais e não sabem tomar as decisões "corretas" acaba sendo incoerente pelo próprio fato de o governo ser gerido, também, por indivíduos irracionais. Este princípio também abre caminho para regimes autoritários ditatoriais, alguns extremos como a Alemanha nazista, de Hitler, outros nem tanto porém mascarados, como a Bolívia de Evo Morales.

No encontro da semana que vem teremos uma palestra especial do Hélio Beltrão, do Instituto Ludwig Von Mises Brasil. Hélio apresentará uma análise sobre a crise econômica atual do ponto de vista da Escola Austríaca, chamada "A crise do crédito, suas origens e desdobramentos"

2 comentários:

klauber C. Pires disse...

Caros Estudantes,

Conheci hoje o vosso blog, por intermédio do site Farol da Democracia Representativa, do qual sou representante, e que vos convido a conhecer, sabido que já publicamos o exclente artigo de seu colunista Guilherme Stein.

Também mantenho o meu blog (http://libertatum.blogspot.com), à sua disposição, sendo que vou adicionar um link de vosso blog à LIBERESFERA de LIBERTATUM.

Congratulações e abraços,

Klauber Cristofen Pires

Fábio Ostermann disse...

Eu fiz uma resenha deste livro há um tempo atrás.

Deem uma olhada em http://panfletoliberal.blogspot.com/2007/12/defendendo-o-indefensvel.html